domingo, 20 de fevereiro de 2011

Confira a Série educativa "Índios no Brasil" produzida pelo Vídeo nas Aldeias

O Vídeo nas Aldeias tem como um de seus objetivos principais a formação de realizadores indígenas. O Projeto dá suporte técnico e financeiro para a produção e difusão dos vídeos entre os povos indígenas, permitindo que essas comunidades fortaleçam manifestações culturais e escolham histórias que desejam narrar e conservar tanto para as futuras gerações quanto para outros povos - indígenas e não indígenas.

Para saber mais, não deixe de consultar:
videonasaldeias.org.br

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A série de dez programas educativos “Índios no Brasil”, produzida para renovar o currículo escolar, é apresentada pelo líder indígena Ailton Krenak e mostra, sem intermediários, como vivem e o que pensam os índios de nove povos dispersos pelo território nacional. Confira, abaixo, os links e a sinopse de cada um dos 10 episódios da série. Clique e assista:

- Índios no Brasil - 1. Quem são eles?
O primeiro programa da série traz à tona, por meio de entrevistas com populares em diversas partes do país, o desconhecimento e os estereótipos do senso comum sobre a realidade indígena que está na base do processo de discriminação sofrido por estas comunidades. O índio é aquele que anda pelado no mato? O índio está acabando? O índio está deixando de ser índio? Os nove personagens escolhidos para representarem seus povos vão rebatendo um a um estes equívocos.

- Índios no Brasil - 2. Nossas Línguas
O segundo episódio relata a repressão histórica às línguas indígenas praticadas ao longo destes 500 anos por intermédio das missões religiosas, dos funcionários de governo ou da população não índia. E, apesar de toda esta repressão, os índios resistiram: ainda são faladas mais de 180 línguas indígenas no Brasil. A Constituição de 1988 finalmente lhes reconhece o direito à diferença e ao ensino de suas línguas em suas escolas, como vemos na Escola da Floresta do professor Joaquim Kaxinawá no estado do Acre. 

- Índios no Brasil - 3. Boa Viagem, Ibantu!
Para vivenciarem a diversidade cultural, quatro jovens de diferentes regiões do Brasil são convidados a viajarem até a aldeia dos Krahô, situada no estado do Tocantins. Os jovens chegam cheios de expectativas e idéias preconcebidas. Os Krahô os recebem de braços abertos e a integração é imediata. Os jovens participam das cerimônias e dos trabalhos realizados na aldeia. Têm o corpo pintado com urucum e jenipapo. São batizados e recebem nomes indígenas. A despedida é pura emoção. 

- Índios no Brasil - 4. Quando Deus visita a aldeia
...Agora, os mesmos jovens visitam a tribo dos Kaiowás, no Mato Grosso do Sul, esperando encontrar algo similar à aldeia dos Krahô. Mais uma vez suas expectativas caem por terra. Já nas primeiras impressões os jovens sentem as diferenças: as casas dispersas, já não existem mais matas ao redor e as pessoas estão maltrapilhas. Para além das aparências, eles descobrem a intensa vida religiosa dos Kaiowá e a opressão de que são vítimas por parte dos colonos que tomaram as suas terras. No final, eles concluem que cada povo indígena é único, tão diferente entre si como o povo japonês do alemão. 

- Índios no Brasil - 5. Uma outra história
O Brasil foi descoberto ou invadido? O filme de Humberto Mauro de 1940 dá a sua versão sobre o Descobrimento do Brasil. Mas os índios são unânimes em afirmar que o país foi invadido porque eles já estavam aqui. Dependendo do ponto de vista de cada um, existem várias versões da história do Brasil, e aqui os índios contam as suas. A cartilha de história das escolas indígenas do Acre, por exemplo, divide a história do Brasil em quatro períodos: o tempo das malocas, antes da chegada de Cabral; o tempo das correrias, quando os índios foram caçados à bala para a ocupação dos seus territórios; o tempo do cativeiro, quando eles foram usados como mão de obra escrava no corte de seringa; e finalmente o tempo dos direitos, quando finalmente conquistaram o direito à terra e à sua cultura própria. 

- Índios no Brasil - 6. Primeiros Contatos
O processo de conquista iniciado por Cabral prossegue, com a ocupação do Planalto Central na década de 50 e da Amazônia na década de 70. Retratados em imagens históricas da “pacificação” de tribos do Mato Grosso, Rondônia e sul do Pará, assistimos à catástrofe do contato que dizima as suas populações. Para concluir o caso de pequenos grupos atropelados pelo desenvolvimento no sul de Rondônia, até um único sobrevivente de um povo que se recusa ao contato até os dias de hoje. 

- Índios no Brasil - 7. Nossas terras
Nos últimos 20 anos a maior parte das notícias sobre os índios foi sobre a questão de terras, o maior problema na relação entre índios e brancos. Muita gente diz que “o índio tem muita terra”. Os grandes territórios indígenas se encontram na região amazônica, e correm o risco de se tornarem as únicas reservas florestais deste país. Em compensação, nas áreas mais colonizadas, os índios perderam quase tudo e travam uma luta incessante para a reconquista do espaço necessário ao crescimento de suas populações. 

- Índios no Brasil - 8. Filhos da terra
Como os índios se relacionam com os seus territórios ancestrais? O uso sustentável dos recursos da natureza é um conceito milenar das populações indígenas. Agora, ingressando na economia de mercado, muitos povos desenvolvem experiências de desenvolvimento sustentável com a exploração não predatória dos recursos da floresta, inspirada na filosofia dos seus antepassados. 

- Índios no Brasil - 9. Do outro lado do céu
A religiosidade e o sentido místico da cultura indígena, tendo como referência as tribos Yanomami (RR), Pankararu (PE) e Maxacali (MG). No caso da tribo Maxacali, o índio José Ferreira discorre sobre o conceito de religiosidade para a sua etnia. Acreditam em seres espirituais bons, que vivem acima do céu, e ruins, que vagam pela terra. Os bons protegem os índios da tribo e exterminam doenças. Os xamãs da tribo Yanomami, verdadeiros “médicos espirituais” tratam da relação do mundo dos homens e com as forças da natureza. Também são mostradas as festas realizadas pela tribo Pankararu, onde os índios invocam os espíritos encantados que os protegem. 

- Índios no Brasil - 10. Nossos direitos
Depoimentos sobre os direitos já conquistados e legitimados pela constituição atualmente vigente: o direito à terra, à saúde, ao ensino de suas línguas e à livre organização de suas comunidades. Lideranças indígenas reiteram a necessidade de se respeitar os direitos conquistados pelos povos indígenas. Há depoimentos do líder da federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Pedro Garcia e lideranças das tribos indígenas Kaiowá, Kaxinawá, Yanomami, Ashaninka e Kaingang. 

Jean Rouch, do filme etnográfico à antropologia visual (2004)

Para fins pedagógicos, de investigação e culturais. Não é permitido o download.

Jean Rouch, do filme etnográfico à antropologia visual
(2004)

Jean Rouch é a figura incontornável e a referência primeira do cinema etnográfico não apenas pela quantidade de filmes realizados mas pela qualidade das obras, a contínua inovação nos procedimentos de pesquisa e a criação de estruturas fundamentais para o desenvolvimento do género – criação do Comité du Film Ethnographique fundado por Rouch em 1953, do Bilan du Film e Ethnographique. Manteve desde 1975 contactos assíduos com o Porto, através do Instituto Franco-Portugais, onde criou um punhado de bons amigos e onde conheceu Manuel de Oliveira. Na década de 1990 contamos com a presença de Jean Rouch em Portugal por variadas vezes: na celebração dos 100 do Cinema (1992) na Mostra de cinema etnográfico Imagens do Mundo, Mostra do Cinema Etnográfico Francês (1995), na realização com Manoel de Oliveira do filme Une poignée de mains amies rodado na cidade do Porto (1996) e em muitas outras circunstâncias. Foi em 1992 que gravamos esta conversa com Rouch. Este encontro abriu caminho para a pesquisa e o trabalho qua a partir daí realizei e para muitos dos colegas que me acompanharam desde este início. A conversa registada em 1992 permaneceu inédita até 2004. O seu valor como memória da sua presença e como material de formação levou-nos à sua tradução e à edição em DVD em Abril de 2004. Este trabalho e o hipermédia em que foi integrado constituíram uma homenagem a Jean Rouch pois quando realizávamos um workshop em Antropologia Visual e Hipermedia no Porto, com os parceiros que fizeram connosco o percurso dos encontros com Jean Rouch, recebemos a notícia de sua morte. Rouch permanece vivo nas histórias que nos contou nos seus filmes mas também nesta lição que pretendemos dar conhecimento aos interessados nesta área. Esta conversa tornou-se um material pedagógico utilizado em múltiplos workshops de Antropologia Visual em Portugal e no Brasil. A sua disponibilização pública constitui uma lição aberta para os seus utilizadores.

José da Silva Ribeiro
Porto, 28 de Maio de 2010

A tradução da entrevista de Jean Rouch pode ser encontrada em www.doc.ubi.pt/03/artigo_jose_ribeiro.pdf

Ficha Técnica:

Realização: José da Silva Ribeiro
Montagem: José da Silva Ribeiro e Maria Fátima Nunes
Colaboração: Ségio Bairon, Agostinho Frias, Delfina Raimundo, Istitut Français de Porto e Centro de Recursos da DREN


 ***     Assista AQUI.     ***

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Curta-metragem "Xukuru Ororubá"

Conheci a Marcília, por acaso, através de um amigo que compartilhou, numa lista de discussão, o filme dela feito em Super-8. Entrei em contato e conversamos brevemente. Enfim, propus compartilha-lo no blog do PINEB, e ela gentilmente aceitou. Segue o filme com uma breve apresentação dela em formato mini-entrevista: 





Xukuru Ororubá (BA 2008)
15 min, P&B, Super-8 e DV (24fps)
Direção e roteiro: Marcilia Barros

Prosa amena com a diretora do filme:

Como você se interessou pela temática indígena?

MB: O índio tá no meu arquétipo… A idéia do filme documentário “Xukuru Ororubá” tem início com as pesquisas do roteiro de longa-metragem ficção no qual o tema central é o mito dos Cavaleiros de Aruanda. Durante as pesquisas, descobri que havia no Pernambuco um povo indígena que os representava, então não hesitei em arrumar as malas e seguir para conhecer a Aldeia Xukuru.

Pode nos apresentar um pequeno resumo do filme, e de como surgiu a idéia de focá-lo no líder Xicão?

MB: Foi conhecendo a aldeia e seus habitantes, vivendo lá durante algum tempo que descobri a importância e força do líder político Xikão Xukuru, então percebi que seu reinado de resistência era a representação dos Cavaleiros de Aruanda.

Sinopse: A força política dos Xukuru se sustenta na força dos encantados que habitam a serra sagrada do Ororubá. Imersos no mundo moderno, onde impera a política de exclusão, os Xukuru afirmam sua identidade reelaborando suas crenças e criando formas alternativas de organização social, mantendo vivo o sonho de Xikão Xukuru.

"Estamos estudando o passado, vivendo no presente e propondo um novo futuro!"

Ao fazê-lo, qual efeito de consciência você quis despertar no público?

MB: Quis possibilitar que o povo Xukuru pudesse ter voz e assim reafirmar seus direitos. Quis romper com a imagem romântica do índio, mostrando o índio moderno com informação, o índio do século XXI. Índio esse que nos habita o arquétipo.

Pode ver mais info sobre o filme no blog:
http://xukuruororuba.blogspot.com/
Não deixe de ler a critica da pesquisadora Laura Bezerra
http://xukuruororuba.blogspot.com/2009/11/critica-do-filme-por-laura-bezerra.html

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

"A Antropofagia e seus malentendidos. Os Tupi do Brasil."

Conferência de Manuela Carneiro da Cunha durante o ENCONTRO INTERNACIONAL DE ANTROPOFAGIA.

Sesc Pompéia, São Paulo, dezembro de 2005. EIA!
Direção Zé Celso Martinez Correa / Curadoria e Direção Artística Beatriz Azevedo.



O vídeo está dividido em 4 partes:
Parte 2: Clique aqui.
Parte 3: Clique aqui.
Parte 4: Clique aqui.

Nota Pública do Painel de Especialistas sobre a UHE Belo Monte

Nota Pública do Painel de Especialistas sobre a UHE Belo Monte
Publicado em 05 de fevereiro de 2011
Por Xingu Vivo

O grupo de pesquisadores, professores universitários e estudantes de pós-graduação que constitui o Painel de Especialistas tem dialogado, nos últimos dois anos, com os movimentos sociais e indígenas da região de Altamira sobre o Projeto da UHE Belo Monte, com a finalidade precípua de produzir uma análise criteriosa dos documentos referentes ao seu processo de licenciamento.

Neste momento em que o IBAMA autoriza a construção de obras (canteiros, prédios, estradas), o desmatamento de 238,1 hectares, e a abertura de clareiras e picadas nos rios Bacajá e Xingu, mediante a Licença de Instalação nº 770/2011, a Autorização de Supressão de Vegetação nº 501/2011 e a Autorização de Abertura de Picada nº505/2011, respectivamente, o Painel de Especialistas informa:

o acompanhamento do Plano Básico Ambiental, do atendimento às condicionantes expressas na Licença Prévia e das justificativas expressas na “Licença de Instalação Parcial” – que sequer figura na legislação referente ao Licenciamento Ambiental Brasileiro – evidencia que existe um processo de transformação daquilo que deveria ser prévio e condicional em medida genérica de acompanhamento e monitoramento. Avilta-se, através deste triste exemplo, a possibilidade do licenciamento ambiental se constituir enquanto ferramenta de planejamento público e como peça de compromisso social. Procura-se decompor uma das etapas da licença, suprimindo cautelas técnicas e direitos da população – ameaçada pelo projeto e pela superficialidade das ações tomadas após a concessão da Licença Prévia. Este último movimento do processo de licenciamento denota descompromisso do empreendedor e do órgão de licenciamento ambiental com o equacionamento entre o aproveitamento hidrelétrico pretendido, os direitos da população e o meio ambiente.

O Painel de Especialistas
- alerta a opinião pública e as autoridades máximas do governo brasileiro para os riscos de uma situação social explosiva, e endossa a preocupação com consequências ecológicas e culturais nefastas e irreversíveis;
apela aos cientistas brasileiros e do mundo a adotar uma posição crítica e vigilante, a direcionar os seus estudos para produzir evidências sobre
o desastre econômico, social e ambiental anunciado, a compartilhar do esforço de publicizar resultados de pesquisas sobre as questões técnico-científicas e políticas do projeto;
- a concessão da Licença de Instalação nº770/2011, a Autorização de Supressão de Vegetação nº 501/2011 e a Autorização de Abertura de Picada nº505/2011;
- convoca os cientistas do Brasil e do mundo a se unirem em defesa do compromisso social da Ciência e de seus profissionais de não realizar atos ou tomar decisões que representem destruição de culturas, extinção de espécies e ameaça à vida e à paz.

Clique aqui para ler a  íntegra da nota

Nota:
Para ler o Painel na íntegra, publicado em outubro de 2009, intitulado "Painel de Especialistas: Análise Crítica do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte" acesse AQUI.

Ministério da Educação acaba de publicar a Coleção História Geral da África.

Livro completo, gratuito, em PDF com 8 arquivos.

O Ministério da Educação acaba de publicar a Coleção História Geral da África, produzido sob os auspícios da UNESCO.

O download da coleção está super fácil e rápido. Segue o link para baixar
http://www.unesco.org/pt/brasilia/dynamic-content-single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese/back/9669/cHash/b09c14fd46/

Em 1964, a UNESCO dava início a uma tarefa sem precedentes: contar a história da África a partir da perspectiva dos próprios africanos.
Mostrar ao mundo, por exemplo, que diversas técnicas e tecnologias hoje utilizadas são originárias do continente, bem como provar que a região era constituída por sociedades organizadas, e não por tribos, como se costuma pensar.
Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados por um comitê formado por 39 especialistas, dois terços deles africanos, completaram o desafio de reconstruir a historiografia africana livre de estereótipos e do olhar estrangeiro. Estavam completas as quase dez mil páginas dos oito volumes da Coleção História Geral da África, editada em inglês, francês e árabe entres as décadas de 1980 e 1990.

Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra cumpre a função de mostrar à sociedade que a história africana nã o se resume ao tráfico de escravos e à pobreza. Para disseminar entre a população brasileira esse novo olhar sobre o continente, a UNESCO no Brasil, em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (SECAD/MEC) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), viabilizaram a edição completa em português da Coleção, considerada até hoje a principal obra de referência sobre o assunto.

O objetivo da iniciativa é preencher uma lacuna na formação brasileira a respeito do legado do continente para a própria identidade nacional.

O Brasil e outros países de língua portuguesa têm agora a oportunidade de conhecer a Coleção História Geral da África em português. A coleção foi lançada em solenidade, em Brasília, com a presença dos ministros de Educação e Cultura.

Novo ministro do STF, Luiz Fux, apoia cotas e terras quilombolas

"As ações afirmativas evitam a institucionalização das desigualdades", afirmou o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em sabatina do Senado Federal. Indicado pela presidente Dilma Rousseff, Fux foi confirmado na quarta-feira, 9 de fevereiro, pelo Senado, por 68 votos a 2. Ele deve tomar posse no dia 3 de março.

Alguns senadores trouxeram ao novo ministro questões polêmicas, como a lei da homofobia, a flexibilização da Lei Maria da Penha e a questão das cotas raciais. Fux evitou respostas diretas, justificando que se trata de matérias que aguardam julgamento do STF ou podem ser levadas ao STF.

O novo ministro não evitou, porém, posicionar-se sobre os grandes temas de interesse social. "Não basta afirmar que todos são iguais perante a lei", lembrando que essas políticas combatem a "institucionalização das desigualdades". O ministro ressaltou, também, a importância do respeito aos tratados internacionais.

"Eu me preparei para todas as questões, inclusive para aquelas que não devo responder", arrematou, bem-humorado. O novo ministro é autor do voto que influenciou uma decisão emblemática para o reconhecimento das comunidades remanescentes de quilombos no Brasil, pela 1a Turma de Ministros do STJ. A indicação da presidente Dilma Rousseff tem respaldo de organizações de direitos humanos e políticos do governo e da oposição.

Aos 57 anos, Luiz Fuz substitui o ministro Eros Grau, aposentado. Como ministro do STF, tribunal que atua como guardião da Constituição brasileira, Luiz Fux participará de julgamentos que podem determinar os rumos de políticas públicas.

Fonte: http://www.generoracaetnia.org.br [1]

Fonte: http://www.generoracaetnia.org.br

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Novo site da ANAÍ está no ar.

O novo sítio eletrônico da ANAI (Associação Nacional de Ação Indigenista) está no ar desde o dia 2 de fevereiro. Segue abaixo a apresentação desta pioneira instituição cuja filosofia de trabalho está abrigada na defesa dos direitos dos povos indígenas do Brasil, em especial, do Nordeste e Leste Brasileiro.

Para conhecer mais, acessem: www.anai.org.br

Este é o sítio eletrônico da Anaí - Associação Nacional de Ação Indigenista, organização não-governamental com sede em Salvador, Bahia, dedicada à defesa e à promoção dos direitos dos povos indígenas, de sua autodeterminação e valores culturais, e, de modo mais amplo, ao reconhecimento e ao respeito à sociodiversidade e à diversidade cultural do Brasil.

Com estes objetivos dispomos, neste 'site', informações sobre o trabalho desenvolvido pela instituição, sobre os povos indígenas com que trabalhamos na região Nordeste - Leste do país, e sobre a política indigenista no Brasil e no mundo.

Ao ser criada em 1979, a Anaí integrou um movimento da sociedade civil pela proposição de um novo indigenismo - ou seja, novas bases políticas de relacionamento entre a sociedade e o Estado brasileiros e os povos indígenas no país - capaz de superar os paradigmas da tutela estatal e, acima de tudo, da assimilação desses povos a contingentes etnicamente indiferenciados da sociedade brasileira.

Esse movimento integrava uma articulação política mais ampla em prol da redemocratização do país e, com ela, da afirmação dos valores do pluralismo e da diversidade culturais em contraposição à imposição dos valores de uma pretensa "unidade nacional" calcada na subjugação dos diferentes segmentos étnicos e culturais que compõem a sociedade brasileira, muito próprios de toda a sua formação colonial e autoritária, assim como do regime de exceção então no poder.

Com sede na Bahia e dedicada ao acompanhamento mais próximo das lutas dos povos indígenas em sua região, a Anaí logo se deu conta de que a experiência histórica desses povos é exemplar na afirmação daquela diversidade e da sua persistência.

Com efeito, o território dos dez estados no Nordeste - Leste do Brasil (do Piauí a Minas Gerais e Espírito Santo), foco do nosso interesse, corresponde à área de mais antiga colonização no Brasil (séculos XVI e XVII), sobre cujos povos indígenas mais pesadamente se abateram tanto o ímpeto genocida dos primórdios desse processo colonial quanto, ao longo dos séculos seguintes, as mais variadas formas de desautorização legal e política de suas identidades indígenas, por força das compulsões culturais e dos processos de "integração" forçada a que foram submetidos.

De fato, ao iniciarmos o nosso trabalho no final da década de 1970, havia em toda essa região 14 povos indígenas reconhecidos, com uma população de no máximo 15 mil indivíduos, que muitos especialistas criam em franco e inexorável declínio. Passadas três décadas, há hoje, nos estados do Nordeste - Leste do Brasil, mais de 60 diferentes grupos étnicos indígenas, com uma população superior a 150 mil pessoas, resultado, nesse período, de vigorosos processos de afirmação étnica e, mais que isso, de intensas lutas pelo reconhecimento, defesa e garantia de seus direitos, em especial à posse dos seus territórios tradicionais.

A Anaí entende que essas lutas fazem parte e são exemplo marcante das lutas de amplos segmentos da sociedade brasileira pela afirmação e defesa de sua diversidade sociocultural e dos direitos que lhes assistem de modos específicos.

É justamente o exemplo da experiência histórica singular dos povos indígenas do Nordeste - Leste do Brasil enquanto signo de afirmação radical da diversidade sociocultural brasileira e de sua persistência e renovação constantes que a Anaí busca testemunhar e divulgar com o seu trabalho.

Confiamos que este seja um espaço de interlocução e aprendizado produtivos. Bom proveito!

Equipe Executiva da Anaí

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Informações sobre a participação nos encontros de antropologia

Colegas

Seguem os sites com informações sobre a participação nos encontros de antropologia:

RAM - 10 a 13 de julho / Curitiba
http://www.sistemasmart.com.br/RAM/default.asp?err=004

REA/ ABANNE - 14 a 14 de agosto / Boa Vista
http://agreste.blogspot.com/2010/11/iii-rea-e-vii-abanne.html

Abraços

Franklin

Contratação ISA Pró-Yanomami (Projeto de Educação Yanomami)

PROGRAMA RIO NEGRO
ISA Pró-Yanomami

Termo de Referência para contratação O Instituto Socioambiental (ISA Pró-Yanomami) está contratando uma pessoa para atuar junto aos Yanomami através do projeto de educação. O profissional deverá ter habilitação em alguma das seguintes áreas: Antropologia, Biologia Ecologia ou áreas afins.

O Instituto Socioambiental (ISA) é uma associação civil, sem fins lucrativos,
qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), fundada em 22 de abril de 1994, por pessoas com formação e experiência marcante na luta por direitos sociais e ambientais. O ISA tem como missão institucional defender bens e direitos sociais, coletivos e difusos, relativos ao meio ambiente, ao patrimônio cultural, aos direitos humanos e dos povos. Produz estudos, pesquisas, projetos e programas que promovam a sustentabilidade socioambiental, divulgando a diversidade cultural e biológica do país.

O ISA Pró-Yanomami tem por objetivo defender os direitos territoriais, culturais e civis dos Yanomami, tendo surgido em janeiro de 2009 quando o ISA passou a gerenciar os projetos até então desenvolvidos pela Comissão Pró-Yanomami (CCPY). Nesse sentido, o ISA assumiu a missão da CCPY e incorporou sua equipe e financiamentos, dando continuidade às ações que se organizam em duas frentes: o Projeto de Educação Yanomami (PEY) e o Projeto Gestão Territorial Yanomami (GT).

O Projeto de Educação Yanomami (PEY)

O PEY busca o reconhecimento oficial da rede escolar yanomami multilíngüe que respeite os processos próprios de aprendizagem, as propostas pedagà³gicas, que possua subsídios didáticos próprios e que seja formada por um quadro de docentes yanomami e mantida pelo governo brasileiro. Suas ações são voltadas principalmente à formação de pesquisadores indígenas, formação e certificação dos professores yanomami, apoio às escolas, produção de materiais didáticos bilíngües e a referenciar políticas públicas educacionais adequadas ao contexto yanomami.

O assessor contratado deverá realizar as seguintes atividades:

Orientar professores e pesquisadores yanomami em suas atividades escolares e desenvolvimento de pesquisas; assessorar a produção de materiais didáticos; planejar; acompanhar e ministrar cursos de formação e também registrar e socializar cada atividade desenvolvida através da elaboração e circulação de relatórios.

Requisitos desejáveis:

ü Interesse em trabalhar em contato direto com os Yanomami;
ü Disponibilidade e interesse em aprender a língua yanomami;
ü Capacidade de orientar pesquisas;
ü Experiência prévia em trabalho com populaçàµes indígenas;
ü Facilidade para relacionamento e trabalho em equipe;
ü Organização;
ü Disponibilidade para morar em Boa Vista /RR;
ü Disponibilidade para viagens;
ü Disposição física para o trabalho em área de floresta remota, incluindo
caminhadas, deslocamentos de avião e barco;

ü Interesse em temas relacionados à educação, pesquisa e gestão
territorial;

ü Formação superior em alguma das seguintes áreas: Antropologia, Biologia,
Ecologia ou áreas afins.

ü Conhecimento em informática: Word, Excel, tratamento de imagem,
diagramação.

ü Disponibilidade para trabalhar por mais que dois anos.

Condições
ü Emprego em CLT conforme legislação vigente.
ü Contrato de experiência por 60 (sessenta) dias.
ü Benefícios: seguro saúde, auxílio alimentaà§ão e seguro de vida.

Os interessados devem enviar Curriculum Vitae acompanhado de uma carta de intenções onde manifeste os motivos que o levam a querer trabalhar no projeto e sua pretensão salarial.

A documentação solicitada deverá ser enviada para o e-mail
lidia@socioambiental.org, com cópia para anamachado@socioambiental.org

A documentação deverá ser enviada até dia 20 de fevereiro de 2011

O ISA entrará em contato até o dia 1 de março, apenas com os candidatos
selecionados na primeira fase (apreciação da documentaçà£o enviada). A segunda
fase da seleção será uma entrevista.

Chamada Revista de História da UFBA

Aos estudantes e pesquisadores

A Revista de História da Universidade Federal da Bahia, uma iniciativa do corpo discente dessa instituição,lança chamada de trabalhos para a sua quinta edição, com lançamento previsto para abril de 2011. Serão aceitos artigos e resenhas até
28 de fevereiro de 2011.

Consultem em nosso sitio eletrônico (www.revistahistoria.ufba.br) informações sobre as normas para publicação e a forma de envio dos trabalhos.

Cordialmente,
Conselho Editorial

PINEB organiza seminário com a Dra. Amanda Kearney

Segue abaixo primeiras informações (ainda sem confirmação definitiva de data e horário):

Olá,

Convidei a Dr. Amanda Kearney, Lecturer in Anthropology na School of Social Sciences and International Studies, University of New South Wales, que está entre nós, para apresentar um Seminário sobre o tema, 

Emerging & Resurging Ethnicities Towards an understanding of complex ethnic categories in post-colonial Australia and post-Imperial Brasil

na sexta-feira da próxima semana. Ocorre que ela não se sente em condições de fazer a exposição em português, o que, na prática, constitui um obstáculo para muitos. Consulto-lhes, pois, sobre a conveniência de realizarmos o Seminário, em inglês, esperando que os interessados se manifestem!

AbraçoS, até mais, Rosário